A primeira instituição de ensino a quebrar as fronteiras e aquela que foi a escola pioneira na fusão da arte, o design e a arquitetura. Uma escola criada por um sargento da Primeira Guerra Mundial, que surgiu em um dos países aliados da Primeira Grande Guerra e aquela que nós estudamos na disciplina de História da Arte.
Fundada há 100 anos pelo arquiteto alemão Walter Gropius, a Escola Bauhaus deixou marcas profundas que nos chegaram aos dias de hoje.
Nos quase 14 anos de existência, a Bauhaus revolucionou o pensamento criativo e artístico e a criatividade em todo o mundo, como tal, é impossível falar da Bauhaus sem citar os seus fatos históricos.
Em 1916, enquanto ainda servia como sargento na Primeira Guerra Mundial, Walter Gropius propôs a criação de uma instituição de ensino que fornecesse orientação artística à indústria, ao comércio e ao artesanato, o que resultou na sua nomeação como mestre da Academia de Belas Artes de Weimar, na Alemanha, em 1919. Meses depois, ele conseguiu aprovar a fusão da academia com a Escola de Artes e Ofícios, fundando então a Escola Bauhaus.
A Bauhaus propôs uma combinação de ensino. O coração da educação do designer foi a experimentação e o design nas oficinas da Bauhaus, onde a separação do trabalho e do ensino foi amplamente abolida. Cada disciplina tinha sua própria oficina: cerâmica, tecelagem, carpintaria, metal, gráfica, oficina de palco, oficina de pintura em vidro e parede. Em cada oficina havia alguém responsável pelos aspectos técnicos e que cuidava dos lados estético-criativos. Mais tarde foram adicionadas, as oficinas de fotografia e publicidade, bem como uma educação arquitetónica regulamentada.
Após três anos de estudos, o aluno era submetido a uma prova diante dos professores para conseguir o diploma. Uma segunda fase, com oficinas e cursos focados em construção, garantia o título de mestre.
Esquema para a construção do ensino na Bauhaus, desenhado por Walter Gropius, 1923.
Como professores Walter Gropius havia contratado um número de artistas bem conhecidos, professores importantes como Ludwig Mies van der Rohe, Wassily Kandinsky, Oskar Schlemmer, Johannes Itten, Lyonel Feininger, Gerhard Marcks Paul Klee e László Moholy-Nagy.
Poster para a exposição Bauhaus em Weimar 1923, design: Joost Schmidt
Para fugir da onda conservadora de Weimar, a escola muda-se em 1925 para Dessau. Walter Gropius aproveitou a oportunidade para projetar um edifício que representasse os ideais defendidos pela Bauhaus, como a estética ligada à funcionalidade e a economia de materiais. A enorme fachada de vidro, totalmente inovadora, permitia a ventilação e a iluminação naturais nos ateliês. Todos os elementos decorativos, como móveis e candeeiros, foram projetados e executados durante as oficinas.
O edifício Bauhaus em Dessau do noroeste, Arquitectura: Walter Gropius / Foto: Lucia Moholy, 1926
Em 1928, Walter Gropius abandona o cargo de diretor e nomeia o suíço Hannes Meyer como seu sucessor. Sob o novo comando, a escola focou na produção de móveis em larga escala e na construção de conjuntos habitacionais populares. Dois anos depois, Hannes Meyer é demitido, e quem assume o cargo é o alemão Mies van der Rohe. Com a ascensão do regime nazista, a escola passa a ser perseguida sob a acusação de espalhar ideais esquerdistas.
Como última tentativa de sobrevivência, Mies Van der Rohe muda a sede para Berlim em 1932. Mas pouco mais de um ano depois, a escola é fechada de vez, forçando diversos professores e alunos a fugir da Alemanha. Essa diáspora fez com que os ideais da Bauhaus se transformassem no movimento modernista que ainda hoje é falado nos cursos de Artes.
Ao longo deste ano, com a comemoração dos 100 anos, a Bauhaus irá renascer com alguns eventos.
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